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Raiva: aprenda a usá-la, recomenda Dalai Lama

“Uma ira bem orientada, afirma o Dalai Lama, pode ser útil. Indignação moral pode conduzir ações positivas”

Nesses dias, precisamos dela mais do que nunca. Gandhi tinha. Martin Luther King a incorporou, assim como Nelson Mandela. Dalai Lama nos encoraja a aplicá-la: estou falando de ira construtiva.

Uma ira bem orientada, afirma o Dalai Lama, pode ser útil. Indignação moral pode conduzir ações positivas.

A reação global contra as mortes ultrajantes pelas mãos da polícia me deixaram irritados, como também a milhões de outras pessoas. E as demonstrações que seguiram, espero, levarão a reformas necessárias. Mas quando a ira se manifestou em violência, incêndios e saques, isso também me deixou indignado. Foi quando as palavras do Dalai Lama fizeram sentido para mim.

No seu aniversário de 80 anos, eu escrevi o livro A Uma força para o bem: A visão do Dalai Lama para o nosso mundo.

Quando nos revoltamos com uma injustiça, ele diz, é necessário dar uma orientação aos “benefícios” da raiva: um foco reforçado, energia extra e determinação. Tudo isso faz com que nossa resposta àquela injustiça seja mais efetiva. Se soubermos analisar a situação com clareza, teremos mais chances de adotar uma ação assertiva para atingir o alvo diretamente, ele diz.

Mas a raiva se torna destrutiva quando perdemos o autocontrole, quando ficamos muito agitados para pensar com clareza e obcecados em vez de focados. Nesse estado, podemos facilmente agir de maneiras que nos guiarão para longe do nosso objetivo.

Por outro lado, não podemos ser tolerantes ao ponto de deixar alguém fazer mal a nós ou a outras pessoas. Pode ser necessária uma ação mais assertiva para proteger contra uma ameaça real — mas não com raiva ou ódio.

Nas palavras do Dalai Lama, “acalme sua mente, estude a situação e, então, adote uma contramedida. Se você permitir que uma transgressão continue acontecendo, ela aumentará. Portanto, sem compaixão, adote contramedidas apropriadas, caso você tenha capacidade para impedir a transgressão”.

Além disso, aconselha, é necessário separar o autor da ação. O truque aqui é ter compaixão com a pessoa mesmo que você precise agir para interrompê-la. Oponha-se ao ato, mas ame a pessoa, defende o Dalai Lama.

Faz total sentido para mim: inteligência emocional.

Para saber mais sobre o que o Dalai Lama tem a dizer sobre injustiça social e ação compassiva, leia o capítulo cinco de Uma força para o bem.

 

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