É triste e revoltante constatar no serviço público brasileiro as disparidades existentes entre as remunerações de funcionários dos poderes judiciários e legislativos, em comparação com os salários dos funcionários do executivo.
No executivo, em grande parte, se encontram os funcionários que prestam importantes serviços nos sistemas de educação, de segurança e de saúde dos municípios, estados e união. Esses visam atender as principais necessidades da população. Aí estão, principalmente, os professores, servidores da linha de frente de postos de saúde e policiais existentes em todos os cantos do país. No entanto, a maioria deles recebem míseros salários, muitas vezes insuficientes para a manutenção de um padrão de vida minimamente digno. Enquanto isso, gastos bilionários são utilizados para arcar com as mordomias e desperdícios nos altos escalões, que são afrontas frequentes à população brasileira.
E por falar em afronta, o que dizer da libertação de um ex-presidente da República que, praticamente assaltou o país? Sem contar a criação do fundo eleitoral que, lamentavelmente, tem o objetivo de comprar a eleição e fazer com que grande parte da atual classe política se perpetue no poder. Mesmo sabendo das constantes mazelas, foi uma surpresa para a população brasileira, a manobra realizada pelos políticos na aprovação da LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias, que aumenta o valor do fundo eleitoral para as eleições do próximo ano em aproximadamente 300% em relação a 2018, passando o valor para R$ 5,7 bilhões.
Essa absurda medida da classe política, humilha o povo brasileiro, cujo salário mínimo, para o próximo exercício, terá um aumento de míseros 4%. Porém, essa mesma sofrida sociedade brasileira, que poderia ter esse elevado montante de recursos do fundo eleitoral para satisfazer as suas necessidades mais básicas, como os serviços essenciais de saúde, educação, saneamento, transportes e segurança pública, na verdade, é convocada novamente a pagar a conta criada pela irresponsabilidade daqueles que nos representam.
Em breve teremos mais críticas sobre o tema.
Belo Horizonte, 23 de Agosto de 2021.
Colaboração de um administrador aposentado de sucesso que prefere ficar no anonimato.